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Lucro Real: quando é obrigatório e como se preparar para ele

Escolher o regime tributário correto é fundamental para a saúde financeira de qualquer empresa. 

E, embora muitas organizações optem pelo Simples Nacional ou Lucro Presumido, existem casos em que o Lucro Real não é apenas vantajoso — é obrigatório.

Esse regime exige mais rigor contábil e fiscal, mas também oferece possibilidades de economia tributária para negócios que se planejam adequadamente.

Neste artigo, você vai entender em quais situações o Lucro Real é obrigatório e como preparar a sua empresa para essa mudança com segurança e organização.

O que é o Lucro Real?

O Lucro Real é um regime de tributação no qual os impostos federais — como IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) — são calculados com base no lucro efetivamente apurado pela empresa.

Diferente do Lucro Presumido, onde a Receita presume um percentual de lucro sobre o faturamento, no Lucro Real a empresa demonstra seu lucro líquido ajustado por adições e exclusões previstas na legislação tributária.

Quando o Lucro Real é obrigatório?

Nem todas as empresas podem escolher livremente o regime tributário. Em algumas situações, a adesão ao Lucro Real é obrigatória, como:

1. Faturamento superior a R$ 78 milhões por ano

Empresas que faturam acima desse limite, considerado para o ano-calendário anterior, obrigatoriamente devem tributar seus resultados pelo Lucro Real.

2. Atividades específicas

Independentemente do faturamento, empresas que exercem certas atividades são obrigadas a optar pelo Lucro Real, como:

  • Bancos comerciais e de investimentos;
  • Seguradoras e corretoras de seguros privados;
  • Entidades de previdência privada aberta;
  • Empresas que têm rendimentos de capital próprio.

3. Empresas com benefícios fiscais ou exigências legais específicas

Algumas empresas, mesmo com faturamento menor, podem ser obrigadas ao Lucro Real devido a:

  • Uso de créditos fiscais de PIS/COFINS não cumulativos;
  • Operações com concessão de benefícios fiscais federais.

4. Empresas que realizam atividades fora do país

Empresas que possuem operações no exterior ou recebem receitas do exterior também podem ser obrigadas a utilizar o Lucro Real para apurar adequadamente seus tributos.

Quando pode ser vantajoso optar voluntariamente pelo Lucro Real?

Mesmo sem obrigatoriedade, empresas podem optar pelo Lucro Real quando:

  • Têm margens de lucro efetivas menores do que a presunção do Lucro Presumido;
  • Apresentam altos volumes de despesas dedutíveis;
  • Têm prejuízos fiscais a compensar;
  • Realizam investimentos que geram incentivos fiscais.

Exemplo:
Uma empresa com margem líquida real de 3% pagaria impostos elevados no Lucro Presumido (baseado numa margem presumida de 8% ou 32%), mas no Lucro Real poderia tributar apenas o lucro efetivamente apurado, economizando consideravelmente.

Como se preparar para o Lucro Real

Estruture uma contabilidade completa e atualizada

No Lucro Real, a escrituração contábil precisa ser rigorosa:

  • Demonstrações contábeis (balanço patrimonial, DRE, DLPA, etc.);
  • Apuração mensal ou trimestral do lucro líquido;
  • Escrituração digital dos livros fiscais e contábeis (ECD e ECF).

Organize rigorosamente as despesas e receitas

  • Classifique corretamente todas as despesas (dedutíveis e não dedutíveis);
  • Documente todos os gastos com notas fiscais e comprovantes;
  • Separe receitas operacionais de receitas não operacionais.

Controle e utilize corretamente prejuízos fiscais

No Lucro Real, prejuízos fiscais podem ser compensados com lucros futuros, limitados a 30% do lucro líquido ajustado de cada período.

Controlar corretamente esses saldos pode gerar grande economia tributária.

Implemente gestão tributária estratégica

  • Acompanhe mensalmente a evolução do lucro e da carga tributária;
  • Avalie operações que impactam positivamente ou negativamente a base de cálculo;
  • Planeje benefícios fiscais e investimentos incentivados.

Conte com apoio contábil especializado

A complexidade do Lucro Real exige:

  • Contadores experientes no regime;
  • Ferramentas de gestão fiscal integradas;
  • Consultoria tributária ativa para identificar oportunidades de economia.

Principais obrigações acessórias no Lucro Real

Empresas no Lucro Real devem entregar:

  • ECD (Escrituração Contábil Digital);
  • ECF (Escrituração Contábil Fiscal);
  • DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais);
  • EFD-Contribuições (PIS/COFINS);
  • SPED Fiscal (em alguns casos, especialmente ICMS e IPI).

A entrega correta dessas obrigações é crucial para evitar multas e autuações.

Exemplos práticos de empresas que se beneficiam do Lucro Real

Exemplo 1:
Uma empresa de tecnologia, com altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, aproveitou incentivos fiscais da Lei do Bem e reduziu sua carga tributária em mais de 20%.

Exemplo 2:
Uma distribuidora com margens baixas e muitos custos operacionais migrou para o Lucro Real e obteve uma economia tributária de R$ 150 mil no primeiro ano.

Conclusão

O Lucro Real é um regime tributário complexo, mas que pode trazer grandes vantagens quando administrado corretamente.

Seja por obrigatoriedade ou por estratégia, preparar a empresa para o Lucro Real significa organizar processos internos, garantir uma contabilidade robusta e contar com orientação técnica especializada.

Quer adotar o Lucro Real com segurança e aproveitar seus benefícios?

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Lucro Real: quando é obrigatório e como se preparar para ele

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